Nas últimas semanas, o vice-governador do Estado de Goiás, Daniel Vilela (MDB), intensificou sua presença no Entorno do Distrito Federal, em um movimento que vai além da agenda institucional. Em 18 de outubro, Vilela esteve em Brasília, abrindo a 3ª edição da Feira #NoEntornoTem, promovida pelo Governo de Goiás no estacionamento da Torre de TV, evento que reuniu 16 municípios da região e destacou o Entorno como “polo de oportunidades e empreendedorismo”. No mesmo dia, seguiu para distrito Jardim Ingá, em Luziânia, onde participou de evento ao lado do deputado federal Célio Silveira e do prefeito Diego Sorgatto, reforçando pessoalmente laços com lideranças locais.
Nas semanas seguintes, Daniel Vilela também esteve em Cidade Ocidental, onde participou de um momento cívico ao lado de autoridades e lideranças políticas, e em Valparaíso de Goiás, onde acompanhou a inauguração do novo Batalhão Rural da Polícia Militar e participou de um almoço com lideranças e empresários da região, fortalecendo o diálogo e a presença do governo estadual junto ao Entorno.
O fato chama atenção porque o Entorno, com cidades como Luziânia, Valparaíso de Goiás, Novo Gama, Formosa e outras, tem se consolidado como uma das regiões decisivas nas disputas estaduais. O volume populacional, a proximidade com Brasília e o impacto eleitoral conferem ao território peso estratégico. Nesse contexto, a mobilização de Daniel Vilela nessa área pode ser interpretada como mais do que uma agenda administrativa, podendo revelar uma peça de articulação para 2026. Um dos sinais discutidos nos bastidores é a possibilidade de composição com um vice-governador oriundo desse polo, para fortalecer a coligação e ampliar o alcance eleitoral do MDB.
Entre os nomes que aparecem com maior força para essa condição estão Célio Silveira, que ocupa um dos maiores eleitorados da região, e Diego Sorgatto, prefeito da sexta maior cidade de Goiás e com trajetória crescente na política regional. Também desponta o secretário do Entorno, Pábio Mossoró, figura de confiança do governo estadual e com atribuição direta sobre a região. A proximidade de Daniel Vilela a essas lideranças locais realça não apenas a valorização do Entorno como plataforma política, mas também a articulação interna do partido para sustentar candidatura e manter coesão.
Vale notar que, conforme reportagem recente, “Daniel Vilela consolida apoio no Entorno e se posiciona como herdeiro político de Ronaldo Caiado em 2026”. Esse posicionamento, unido à visibilidade conferida pelas visitas e eventos, gera interpretações de que a estratégia vai além do presente, mirando o futuro e tentando evitar que surjam cisões ou rivais internos ao plano governista. Em síntese, a movimentação no Entorno revela que a região deixa de ser “terra de ninguém” e passa a ser palco de definição para o próximo ciclo político estadual.
A leitura no meio político local indica que, com a confirmação da candidatura de Daniel Vilela ao governo em 2026, ter um vice com forte base no Entorno poderá ser diferencial competitivo, e a própria presença ostensiva nos municípios da região funciona como preparação de terreno. Afinal, como ocorreu em outras eleições, o Entorno pode inclinar o resultado.
Fica, assim, a provocação: essas idas e vindas de Daniel Vilela ao Entorno de Brasília são puramente institucionais ou fazem parte de um ensaio para 2026? A julgar pelas pistas e pelo momento político que se avizinha, o calendário eleitoral parece já ocupar o mapa de rotas do vice-governador em formação.
