O destaque da Copa do Mundo de Clubes são os brasileiros – 20/06/2025 – Marina Izidro

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Antes do confronto entre o campeão da Libertadores e o da Champions na Copa do Mundo de Clubes, o técnico do PSG, Luis Enrique, disse que o Botafogo era um “time brasileiro de altíssimo nível, com uma história muito forte”.

Ao elogiar em uma entrevista coletiva as equipes brasileiras no torneio, o novo treinador do Real Madrid, Xabi Alonso, afirmou: “Às vezes nos concentramos muito na Europa, no que acontece lá, e acreditamos que não existe mais nada”. “Estamos muito equivocados”, acrescentou.

Agora, eles estão vendo esse erro na prática. Palmeiras, Flamengo, Fluminense e Botafogo continuam invictos, com cinco vitórias e dois empates, incluindo o incrível PSG 0 x 1 Botafogo e o Flamengo 3 x 1 Chelsea. Desde 2012 um time brasileiro não vencia um europeu em uma competição de clubes.

As declarações dos treinadores não vêm apenas do respeito protocolar que existe antes das partidas. Os europeus realmente veem o futebol brasileiro, e sul-americano em geral, com curiosidade e certa admiração. Acham interessante enfrentar escolas de futebol diferentes. Ficam encantados com a paixão das torcidas e a determinação dos jogadores, algo que também tem sido destaque na imprensa esportiva europeia.

Ao mesmo tempo, sem tirar de forma nenhuma o mérito dos times brasileiros até aqui, é preciso ver as coisas como são. Como é impossível competir de igual para igual com equipes europeias, que têm situação financeira e estrutural totalmente diferentes das do futebol sul-americano, alguns fatores podem estar influenciando os resultados da fase de grupos.

Jogadores que atuam na Europa estão exaustos depois de uma temporada longa, e o ano passado ainda teve Eurocopa e Copa América. Alguns técnicos têm poupado titulares, como os de Manchester City e PSG. Os horários das partidas favorecem as transmissões de TV europeias, mas isso significa jogar ao meio-dia no verão dos Estados Unidos, com temperaturas beirando ou passando dos 40°C e umidade alta, algo a que não estão acostumados os europeus.

Além da parte esportiva, os clubes europeus consideram a Copa do Mundo de Clubes uma ótima oportunidade de fazer negócios e aumentar sua base de torcedores no atrativo mercado americano. É de se esperar que não queiram fazer feio no torneio. Será interessante ver as estratégias daqui para a frente de equipes que tiveram resultados decepcionantes, como PSG, Chelsea e Porto, que perderam, e Real Madrid e Borussia Dortmund, que empataram.

Tenho conversado com torcedores brasileiros aqui nos Estados Unidos, principalmente de Palmeiras e Fluminense, que jogam na fase de grupos em Nova York, onde estou. Um representante do Brasil pode até chegar à final, mas a torcida sabe que é difícil, e tudo bem.

Para Palmeiras, Flamengo, Fluminense e Botafogo, a Copa do Mundo de Clubes é uma excelente oportunidade de expor suas marcas e elencos para o mundo inteiro. Até agora, o bom desempenho desses clubes tem mostrado aos europeus que o torneio não é o passeio que alguns esperavam. Também traz o equilíbrio necessário para o sucesso de qualquer competição e tem sido uma bela vitrine para o futebol brasileiro.

A colunista está nos Estados Unidos como integrante da organização responsável pela transmissão oficial da Copa do Mundo de Clubes


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